quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Street Fighter IV


Street Fighter é um dos maiores clássicos jogos de luta. Esta franquia já foi aproveitada várias vezes e em diversas plataformas, tanto em continuações quanto em spin-offs e crossovers.

Street Fighter IV chegou nos consoles na nova geração em gande estilo. Apesar do título, esta não é a quarta versão do jogo (a Capcom enrolou por vários anos com a série Zero, SFIII e outros spin offs). Segundo o enredo do jogo, a estória se passa depois dos acontecimentos de SFII (a Capcom adotou como estória oficial de SFII o longametragem animado) e antes de SFIII.

São 25 personagens jogáveis no Playstation 3, mas apenas 16 são disponíveis no início do jogo: os 12 personagens clássicos de SF II (Ryu, E. Honda, Zangief, Guile, Ken, Chun-li, Blanka, Dhalsin, M. Bison, Balrog, Sagat e Vega) e 4 estreantes (Abel, Rufus, El Fuerte e C. Viper). Os outros 9 personagens ficam disponíveis zerando o jogo com personagens específicos. Isso é ruim para aqueles grupos de amigos que querem tirar um versus imediatamente. Por isso para uma diversão completa com a galera, é preciso zerar o jogo no mínimo 8 vezes. Pois é, a máquina também quer jogar.

A sim, os outros 9 personagens são: 2 da série Super (Fei Long e Cammy), 4 de SFZ (Rose, Dan, Sakura e Gen) o chefão (Seth) e os chefes secretos (Gouki e Gouken).

O jogo apresenta enredos separados para cada personagem, onde cada um possui sua própria motivação para estar no novo torneiro patrocinado pela Shadaloo. Algumas estórias se complementam (Abel, Guile e Chun-li por exemplo), ou seja: é o mesmo evento que acontece, mas mostrado do ponto de vista do personagem escolhido (até que foi uma sacada legal da Capcom). Mesmo assim, não há muitas novidades pois os clichês são os mesmos: Guile continua querendo vingar a morte de Nash (aliás, o nome completo é Charlie Nash), porém sua motivação é diferente neste torneio. Segundo sua estória, Nash foi declarado morto e seu corpo nunca foi encontrado (pode ser que a Capcom tenha planos de aproveitar o personagem em futuros jogos). Ryu ainda possui problemas com o Satsu no Hadou, embora não há a versão maligna dele no jogo.

Cada personagem encontra um rival (penúltima batalha). Nessa luta há uma intro diferente, onde os personagens conversam, se encaram e chamam pra briga.



As cenas de intrudução e finais dos personagens são em anime. A qualidade é boa, mas alguns personagens ficam com um aspecto diferente dos modelos em CG, principalmente nas suas proporções.



A parte gráfica do jogo é fantástico. Há muitos efeitos de poeira e luz, além disso há movimentação nas roupas pelo vento e impacto dos golpes. Os personagens foram muito bem trabalhados, principalmente a expressão no rosto deles.

O jogo é todo feito em 3D com gráficos em cell shade, mas a jogabilidadde é a 2D clássica. Muitos dizem que isso é pra manter a jogabilidade clássica. Bem, isso é verdade, mas acho que há outros motivos para isso. Um deles é porque os golpes dos personagens não devem funcionar muito bem em ambiente tridimensional. Veja bem, um hadouken não seria um golpe tão eficiente se houvesse movimentação lateral.

Outra coisa interessante é que os personagens são sempre visto de frente para a tela, não importa o lado em que o lutador esteja. Isso é interessante, pois passa melhor a impressão de jogabilidade 2D do jogo. Mas ao mesmo tempo é estranho, pois há lutadores que possuem algo característico no lado direito do corpo (Balrog - o da garra, por exemplo) muda para o lado esquerdo quando passam para o outro lado da tela.

Além os personagens, os cenários também tiveram atenção especial. Há muitos elementos que se movimentam: pessoas, máquinas e outros objetos. O legal é que estes interagem com os impactos causados pelos lutadores. É possível derrubar pessoas, barris e até destruir partes do ambiente. Diferente dos outros jogos da série, os personagens não possuem cenário fixo. É possível enfrentar a Chun-li na China, América do Sul ou na África, dependendo da ocasião.

A parte sonora está impecável. Efeitos sonoros de pancadaria e dos golpes estão no estilo Street Fighter de sempre. As vozes ficaram muito boas, tanto a dublagem japonesa quanto a inglesa. É possível selecionar o idioma das falas de cada personagem.

Muitos dizem que a jogabilidade é inspirada em Super Street Fighter II Turbo. Vou discordar, pois achei a jogabilidade bastante similar a SFIII, principalmente pela utilização de ES moves. Além disso o focus atack é muito similar ao guard break de SF EX.



Apesar das semelhanças de jogabilidade com outras séries, SF IV possui elementos bem particulares. O focus attack é uma das novidades do jogo. O movimento é acionado apertando simultaneamente o soco e chute médio e cada personagem possui um movimento particular. O focus attack, quando bem utilizado, é um dos movimentos mais úteis do jogo pois ele possui auto-guard para alguns golpes, recupera parte da energia (se for atingido e acertar o oponete) e deixa o adversário atordoado (ótimo para encaixar golpes, principalmente os ultra combos).

SF IV conta com os clássicos socos e chutes, dividos em 3 intensidade de força cada. Os movimentos respondem bem aos comandos e os golpes, de um modo geral, são fáceis de executar. Entretanto o controle do PS3 não ajuda muito, uma vez que 4 botões ficam localizados nas laterais. Os botões laterais direito não são problemáticos, mas não digo o mesmo do lado esquerdo. O pior é que não ajuda muito editar o comando dos botões, pois este é um jogo onde se usa praticamente todos os 8 botões.


Os golpes especiais são bem variados e equilibrados para cada personagem. São bem simples, diferente das técnicas exageradas das séries crossovers (MARVEl vs). Cada um conta com 3 ou 4 técnicas especias (exceto Guile, que ainda só tem duas), que podem ser fortalecidas com os movimentos ES (feito com dois botões de soco ou chute, gasta um segmento de barra de super).

Os combos são bem básicos e fáceis de executar: voadora, golpe normal e especial. Há também os cancelamentos por supercombo ou ultra que tiram bastante energia do adversário. Mesmo quem não dominar estas técnicas pode fazer bons estragos com simples voadoras seguidas de rasteira forte.

Há dois medidores na parte inferior da tela. Uma delas é a clássica barra de super, que é subdividida em 4 partes. Essa barra é preenchida quando batemos no inimigo é responsável para fortalecer os golpes especiais (ES moves), que gastam 1 segmento. Completando a barra é possível utilizar os supercombos. O outro medidor, em forma circular, é a barra de ultra. Esta é preenchida quando se leva ataques e habilita a utilização do ultra combo, o golpe mais forte do jogo.

A barra de super ficou muito prejudicada nesse jogo, pois ela demora muito para encher. Não dá pra completar a barra em um round (felizmente ela se mantém no outro round). Além disso utilizar golpes ES com frequecia prejudica ainda mais o preenchimento desta. Os supercombos não são muito atrativos pois não possuem o movimento de câmera como acontece nos ultra combos. Há apenas um supercombo por personagem (exceto Gen, que possui 2) e não há equilíbrio entre eles: enquanto uns possuem supercombos que equivalem ao nível 3 de Street Fighter Zero (Ryu, Dan, Abel, Gouki) outros possuem golpes que equivalem ao nível 1 (Ken, Guile, C. Viper).



Os Ultra combos são os melhores golpes do jogo e são bastante úteis pois tiram muita energia do adversário. Visualmente são muito bacanas pois a câmera muda para um ângulo mais dramático, aumentando a sensação de impacto do golpe. A expressão que o adversário faz durante o movimento é muito legal também. Muitos ficam com olhos esbugalhados e com a boca aberta. A barra de ultra se enche bem rápido, portanto é um golpe que é usado com mais frequência do que o supercombo.


Tá tudo muito ótimo, tá tudo muito bem. No entanto o jogo não é perfeito, pois há algumas limitações. A primeira delas é que há apenas 1 supercombo e 1 ultra combo por personagem (exceto Gen). O pior é que o Ultra combo é a uma versão mais forte do super, diminuindo a diversidade dos golpes. Além disso o comando do golpe é praticamente o mesmo, se você tiver dificuldade de usar um supercombo (eu simplesmente detesto o comando do Facão triplo do Guile) consequentemente terá dificuldades no Ultra.



Segundo: como sempre, há vários praticantes de Shotokan (e variantes, como o Saikyou). Para diferenciar um personagem shotokan do outro foram tirados alguns golpes de uns e adicionados em outros, fazendo com que cada personagem se especializasse em técnicas específicas. Ryu é o especialisata em hadouken, Ken em shoryuken e por aí vai. Até aí tudo bem, o problema é que no meio dessa brincadeira fizeram o Gouken sem o Shoryuken normal. A única forma de usar o shoryuken com ele é com a barra de super cheia, pois é um supercombo. É estranho fazer um combo que não termine com shoryuken... Em compensação seu Shin! Shoryuken! é o golpe mais devastador do jogo.



Terceiro: roupas extras não vêm com o jogo. Infelizmente só dá pra usar as roupas extras se você comprá-las pela Internet. O pior disso é que são pacotes separados (um pacote para 4 personagens). Não gostei dessas novas roupas, portanto não acho que valem a pena comprá-las. Se viessem junto ou fosse gratuitas seria melhor.


Apesar das limitações citadas acima, isso não tira o brilho de Street Fighter IV, que é o melhor jogo de luta da atualidade. Tem gráficos de cair o queixo e jogabilidade excelente. O melhor de tudo é a diversão que ele oferece!
Melhor que Street Fighter IV? Só outro Street Fighter! Aliás, está em produção a continuação deste jogo. Tem vários vídeos do novo jogo no site Gametrailers. Vários personagens novos aparecerão, muitos deles já conhecidos, mas isso fica pra próxima.



Fotos: Baixaki Jogos.

Um comentário:

Fanhow disse...

Legal saber um pouco mais sobre o jogo! Mandou bem! o/